domingo, 2 de fevereiro de 2014

Um Poema e um verso sobre a Oração !


“ORAÇÃO SEM NOME”

Escuta, Deus:
jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-Te. Bom dia! Como vais?
Sebes? Disseram que Tu não existes,
E eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a Tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi  Teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou Te explicar e hás de compreender.
É engraçado:  neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o Teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a  Te contar:
Só que... que... tenho  muito prazer em conhecer-Te.
Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que Tu velas...
Ah! É o clarim! Bom Deus, devo ir-me embora.
Gostei de ti, vou ter saudades... quero dizer:
será cruenta a luta, bem  o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-Te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas... sim, estou chorando!
Vês, Deus,  penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho que ir. Sorte é coisa bem rara:
Juro, porém: já não receio a morte.

- - - - - - - - - - - - - - -
Do livro: “Deus em Casa” – de M. J Schmidt

(O autor deste poema, quem o sabe? Foi encontrado,
em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado
americano desconhecido; do rapaz estraçalhado por
uma granada, restava apenas intacta esta folha de papel.)  


“Mensageira do Rei”   - 2º trimestre de 1974

“CHAME O MESTRE”

1
Numa fábrica, se via
Um aviso ao tecelão:
- Se tiver dificuldades,
Chame o mestre de plantão!
2
Na oficina da existência,
Vê-se outra observação:
- Se você tiver problemas,
Chame o Mestre, em oração!

Autor: Mário Barreto França –
De:   ‘No Reino Azul das crianças’

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