“A LIÇÃO DA
BOTIJA”
“E Elias lhe disse: não temas. Vai, faze conforme a
tua palavra. Porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para
fora; depois farás para ti e para teu filho.” (I Reis 17;13)
A lição da botija: DEUS ACEITA A OFERTA DE POBRE.
A viúva de Sarepta era pobre e tinha um filho. Para comer
dispunham apenas de um pouco de farinha numa panela e de um pouco de azeite
numa botija.
Mas o profeta quis que
ela repartisse com ele esse quase nada de alimento.
Uma grande lição para a gente pobre, que sonega o
dízimo por ser pobre.
Primeiro motivo de estranheza: “primeiro para mim.” O
profeta insistiu na prioridade entre os três, o primeiro a comer seria ele.
Formou-se assim uma espécie de triângulo retângulo, e que seria ele o vértice
maior e a mulher e a criança os vértices menores.
Dadas as circunstâncias, alguém poderia considerar
essa atitude um desplante. Pior: uma iniqüidade.
Nada disso. Fique a lição: Deus quer ser sempre o
primeiro, ainda que o orçamento seja de pobre.
Quando o crente deixa o dízimo para depois, entre os
seus compromissos, dificilmente haverá o dízimo, pois este acabará por
diluir-se no meio de outras contas.
Mas a lição continua: Deus quer pouco. Porque pobre só
pode lhe dar pouco, ainda que lhe dê o dízimo.
O profeta quis pra si um “bolo pequeno”. Feito de
farinha e azeite, que existiam em
pequena quantidade, e que, além disso,
eram ingredientes baratos.
Mas se Deus fez aquilo que é grande não fez também
aquilo que é pequeno? Tanto é milagre o macrocosmo como o microcosmo.Uma gota
d’água tanto tem milagre quanto o volume
de um oceano.
Não é pois de admirar que Deus aceite o pequeno dízimo
do pobre.
Mas a lição continua: Deus aceita os últimos recursos do pobre. Que aquela era
a última porção de farinha e azeite que a pobre mulher possuía.
Depois daquela magra refeição – e última – a morte.
Deus quis aquele resto de comida, para submeter a
mulher a um maravilhoso teste de fé, do qual ela saiu aprovada com nota alta.
Dízimo de pobre é prova de fé. É um cadinho em que se
aperfeiçoa a piedade do cristão. Dízimo
é menos quantidade do que qualidade. É incenso que vale não pela essência mas
pelo perfume que se desprende da essência.
Lembremo-nos de outra mulher pobre, que depositou no gasofilácio do templo todo o
dinheiro que tinha e recebeu de Jesus,
que assistia à cena, um vibrante elogio.
E a lição termina com uma bênção: “Da panela a farinha
não se acabou e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor,
que falara pelo ministério de Elias.” – (I Reis 17;16).
Dízimo é Bênção principalmente para o pobre. Porque
dízimo de pobre é milagre em botijas quase vazias.
Alguém dirá que estamos falando de dízimo quando a
viúva de Sarepta não era dizimista.
Ela era mais, muito mais que dizimista, porque ela deu
TUDO.
E não perdeu nada.
**********************************
Autor: Pastor Rubens Lopes –
(Saudoso Pastor da Igreja
Batista em Vila Mariana – SP).
“VISÃO MISSIONÁRIA” – 3º trim. de 1997
. . . . . . . . .